Marketing Educacional é o resultado do posicionamento desenvolvido
por instituições de ensino em geral (colégios, universidades,
faculdades, cursos profissionalizantes, escolas técnicas, entidades
representativas destas instituições etc) junto aos usuários de seus
produtos e serviços (estudantes, professores ou profissionais) ou a
grupos sociais determinados ou ainda à própria comunidade.
Apenas recentemente, pelo menos no Brasil, já que isso é difundido
a um bom tempo em organizações no exterior (veja o caso de importantes
universidades americanas ou europeias), o marketing educacional vem
ganhando espaço, ainda que inicialmente, porque falta a estas
instituições nacionais uma cultura de marketing específico.
As críticas aos trabalhos, nesta área, desenvolvido pelas nossas
instituições de ensino são em geral, legítimas. Quase sempre, elas têm
optado pela não transparência, não elaboram políticas, visando atingir,
com competência, os seus públicos de interesse (basta verificar como
funciona o atendimento ao estudante e o relacionamento com os docentes
nas nossas universidades públicas e privadas) e, por isso, na maioria
dos casos, têm uma avaliação negativa por parte da opinião pública.
O crescimento acelerado e desordenado do ensino particular no
Brasil tem sido creditado à omissão governamental, responsável pela
deterioração do ensino público, mas também à ganância do empresário da
educação, mais preocupado com os seus lucros (que costumam ser enormes)
do que com a qualidade do ensino. Evidentemente, há muitas exceções e,
na última década, particularmente depois que as universidades passaram a
sofrer um processo sistemático de avaliação, o panorama pouco tem se
modificado, ainda menos rapidamente do que se poderia esperar.
O Marketing Educacional não pode, como percebem algumas
instituições, ficar à ordem dos desejos e idiossincrasias dos diretores e
empresários da educação e exige planejamento e ações continuadas, não
podendo restringir-se a determinadas situações, como o recrutamento de
alunos ás vésperas do início dos cursos.
Essa é uma área que precisa passar urgentemente por um estágio de
profissionalização porque, está em situação de desvantagem com outros
segmentos, em termos de comunicação e marketing. Poucas instituições
dispõem de canais de credibilidade junto aos seus públicos e normalmente
trabalham, miseravelmente, a comunicação interna.
As instituições públicas ainda têm escrúpulos em trabalhar neste
sentido, porque temem confundir ensino e negócio. Há, com certeza,
pressupostos diferentes na missão de uma escola pública ou privada, mas
comunicar-se bem com os seus públicos e com a sociedade, buscar
parcerias e gerenciar a sua imagem é uma necessidade importante dos
tempos atuais, da qual nenhuma organização pode se privar.
Como a concorrência e a demanda da sociedade por uma postura ética
podem provocar grandes alterações, é justo pensar que o Marketing
Educacional deverá atingir, em breve, um novo patamar no Brasil. Algumas
instituições, que já têm feito um trabalho importante neste sentido,
como a UNIFESP, a Fundação Getúlio Vargas e a ESPM, deverão servir de
exemplo para as demais.
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